Varejo recua no Brasil e no RS

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, que analisa empresas varejistas com 20 ou mais empregados, registrou, em julho de 2025, variação de -0,3% no volume de vendas do Varejo Restrito, na série com ajuste sazonal, frente a junho. O resultado marca a quarta queda consecutiva, após recuos de -0,1% em junho de 2025, -0,4% em maio de 2025 e -0,3% em abril de 2025. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 1,0%, enquanto no acumulado de 2025 o crescimento foi de 1,7% e, nos últimos 12 meses, de 2,5%. Das oito atividades pesquisadas, quatro apresentaram retração e quatro tiveram alta na margem. Entre as quedas, destaque para Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação (-3,1%), Tecidos, Vestuário e Calçados (-2,9%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (-0,6%) e Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-0,3%). Entre as altas, sobressaíram Móveis e Eletrodomésticos (1,5%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (1,0%), Combustíveis e Lubrificantes (0,7%) e Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos e de Perfumaria (0,6%).
Para o Varejo Ampliado – que inclui veículos, motos, partes e peças, materiais de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo – houve crescimento de 1,3% em relação ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Frente a julho de 2024, porém, o setor recuou 2,5%. No acumulado de 2025, o resultado é de -0,2%, enquanto, em 12 meses, registra alta de 1,1%. Entre as atividades adicionais, Veículos, motos, partes e peças avançaram 1,8% em julho, mas recuaram 9,0% na comparação interanual. Já Materiais de construção cresceram 0,4% no mês, mas caíram 2,6% frente a julho de 2024. O Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou retração de 7,5% em relação a julho de 2024, marcando o décimo segundo resultado negativo consecutivo.
No Rio Grande do Sul (RS), o Varejo Restrito permaneceu estável (0,0%) em julho de 2025 em relação ao mês anterior, na série dessazonalizada. Na comparação com julho de 2024, houve retração de 0,4%, enquanto, no acumulado de 2025, o resultado foi de 3,5% e, em 12 meses, de 5,4%. Quando comparado a julho de 2024, o resultado apresenta queda em cinco das oito atividades acompanhadas pelo IBGE: Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (-19,6%), Móveis e Eletrodomésticos (-18,9%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-12,2%), Tecidos, Vestuário e Calçados (-8,0%) e Combustíveis e Lubrificantes (-0,1%). Entre as altas, destacaram-se Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (8,7%), Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,0%) e Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos e de Perfumaria (1,7%), mantendo uma trajetória positiva que já dura 30 meses seguidos.

O Varejo Ampliado do Rio Grande do Sul avançou 1,3% em julho de 2025, frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Na comparação com julho de 2024, houve retração de 4,2%. No acumulado de 2025, o segmento registra alta de 3,2% e, em 12 meses, crescimento de 6,7%. Nos segmentos, na comparação interanual, destacaram-se as quedas em Veículos, Motos, Partes e Peças (-21,2%) e Material de Construção (-11,2%), enquanto o Atacado Especializado em Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo foi a única atividade a registrar avanço, de 4,6%.
O resultado da PMC reforça o cenário de um setor em desaceleração, com acomodação na ponta do varejo restrito nacional que, em relação ao patamar de março de 2025, fica 1,1% aquém. No varejo ampliado, o avanço não recupera a perda do mês anterior (revisada de 2,5% para 3,1%). No caso gaúcho, a mesma dinâmica de acomodação fica evidente. Mas em relação ao mesmo período do ano passado, apesar de tanto no Brasil quanto no RS ter havido contração, no caso estadual, o elevado patamar de 2024, com que se compara o resultado atual, se deu no contexto do impulso da dinâmica de reconstrução pós-tragédia. Nesse sentido, vale notar o crescimento interanual do varejo dependente de renda – alimentos e remédios –, que seguem mostrando a sustentação do consumo das famílias suportada, em grande parte, por um mercado de trabalho ainda bastante robusto.
Fonte: Fecomércio-RS.