Varejo contrai 0,3% no Brasil; no RS, avanço foi de 0,9%

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, registrou variação de -0,3% no volume de vendas do varejo restrito em setembro de 2025. O dado é com ajuste sazonal e permite a comparação na margem. No mês anterior, o resultado foi revisado de 0,2% para 0,1%. Em relação a setembro de 2024, houve variação de 0,8%. Dessa forma, o acumulado do ano foi de 1,6% para 1,5%, desacelerando, assim como o acumulado em 12 meses que passou de 2,2% para 2,1% em set/25.
O resultado de -0,3% na margem foi reflexo das quedas em 6 das 8 atividades investigadas na pesquisa. Dentre as principais quedas, destaque para Hiper e Supermercados (-0,2%), que acumulam alta de 1,4% em 12 meses. Combustíveis e Lubrificantes também foi destaque negativo com variação de -0,9% na margem. Assim, a atividade registrou 0,6% no acumulado em 12 meses. As atividades de Artigos Farmacêuticos (1,3%) e de Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,5%) foram os destaques positivos, e acumularam, em 12 meses, altas de 4,0% e 3,5%, respectivamente.
O Varejo Ampliado agrega, para além das atividades do varejo restrito, as atividades comerciais de Veículos, Motos, Partes e Peças, os Materiais de Construção e o Atacado Especializado em Produtos Alimentícios. Na margem, o Varejo Ampliado teve alta de 0,2%. No mês anterior o resultado foi revisado de 0,9% para 0,8%. Na comparação com setembro de 2024 houve alta de 1,1%. Assim, o acumulado do ano registrou variação de -0,3% (-0,4% em agosto de 2025) e no acumulado de 12 meses 0,7% (0,7% em agosto de 2025).
No Rio Grande do Sul o Varejo Restrito registrou alta de 0,9%, em set/25, na série com ajuste sazonal. Em relação a setembro de 2024 o volume de vendas cresceu 3,1%, enquanto no acumulado de 2025 o crescimento foi de 3,1% e, em 12 meses, de 4,6%. O crescimento interanual refletiu a alta de 5 das 8 atividades investigadas. Hiper e Supermercados (2,6%) e Combustíveis e Lubrificantes (6,7%) registraram as principais altas e acumulam, em 12 meses, 5,8% e 4,8% de crescimento, respectivamente. A atividade de Tecidos e Vestuário foi a principal queda (-3,8%) e acumula em 12 meses crescimento de 7,3%.
No Rio Grande do Sul, o Varejo Ampliado registrou alta de 2,7% em setembro de 2025, na série com ajuste sazonal. Na comparação com set/24 houve crescimento de 5,1%. No acumulado de 2025, o setor apresenta crescimento de 2,6%, enquanto, em 12 meses, o avanço foi de 5,3%. Entre as atividades, a principal alta frente a setembro de 2024 foi do Atacado Especializado em Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo que registrou alta de 24,0% enquanto Veículos, Motos, Partes e Peças (-5,8%) registrou queda.
Para o Brasil, o resultado da PMC vem conforme esperado, com a contração no varejo restrito apontando para a continuidade da perda de dinamismo do setor. Para o RS, a pesquisa identifica novamente crescimento do setor, aproximando o resultado do patamar de abr/24, mas ficando ainda abaixo do que foi o último pico recente da série. Vale notar, no entanto, que algumas questões da PMC levantam dúvidas sobre os resultados e dificultam a intepretação dos resultados, como fica evidente para as vendas de combustíveis (17% do índice total). Em setembro de 2025, enquanto a PMC aponta para aumento interanual de 6,7% no segmento, dados de registro da Receita Estadual identificam volume de venda de combustíveis também maior, mas em 2,6% . No caso de tais limitações da PMC incorrerem, sobretudo em magnitudes superestimadas, os resultados, que seguem mostrando grande heterogeneidade setorial conforme esperado, indicariam alguma resiliência nas vendas, mais associadas ao varejo essencial.
Para frente, mesmo com uma dinâmica de acomodação do emprego, juros altos e elevado comprometimento de renda, que mantém um cenário de vendas mais contidas, as vendas gaúchas na reta final do ano devem contar com impulsos pontuais relevantes. Para além da totalidade dos recursos do 13º salário (antecipado em 2024 pela tragédia), medidas de crédito – como o consignado ao trabalhador privado e o destinado a reformas – e também a possibilidade de novos pagamentos de precatórios pelo Estado do RS, podem mitigar os vetores estruturais de desaceleração, dando algum fôlego às vendas.
Fonte: Fecomércio-RS.



