November 11, 2025

Sefaz lança ferramenta inédita para simular efeitos socioeconômicos de mudanças no ICMS

Sefaz lança ferramenta inédita para simular efeitos socioeconômicos de mudanças no ICMS

Desenvolvido pela Receita Estadual, modelo projeta o impacto de alterações tributárias sobre o consumo das famílias

A Secretaria da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, lançou no dia 4 de novembro, no campus da Unisinos, em Porto Alegre, o Microssimulador Estático com Comportamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (MECI/RS), ferramenta criada para projetar e avaliar efeitos socioeconômicos e arrecadatórios de mudanças na estrutura do ICMS, como alteração de alíquotas e concessões de desonerações fiscais.

Inédito no país – a Receita Estadual gaúcha é a primeira administração tributária do Brasil a desenvolver esse tipo de instrumento -, o modelo utiliza como base os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Com o uso da POF, que revela detalhes do comportamento de consumo das famílias, o MECI consegue simular, entre outros efeitos, o impacto de mudanças tributárias na dinâmica de compras das famílias e na devolução personalizada do tributo, feita pelo programa Devolve ICMS.

“Se alteramos, por exemplo, a alíquota de ICMS de um determinado alimento, o impacto financeiro no orçamento familiar não é estático. Uma família pode optar por consumir um produto substituto - ou até mesmo deixar de consumir aquele item. E esse é o diferencial do MECI. Ele consegue prever as dinâmicas comportamentais de consumo das famílias por utilizar como base os dados da POF”, explica o subsecretário adjunto da Receita Estadual, Giovanni Padilha.

De acordo com Padilha, a fisco estadual é primeira administração tributária, em nível mundial, a tornar público o uso de um modelo desse tipo. “Isso representa não apenas transparência, mas será uma ferramenta fundamental para investigadores e estudantes de economia que, atualmente, encontram uma grande barreira na hora de compreender e simular as regras tributárias, como a do ICMS, e por isso acabam se desestimulando na hora de fazer pesquisas nessa área”, projeta.

A ferramenta pode ser utilizada por qualquer pessoa interessada em estimar e interpretar os efeitos de diferentes cenários tributários. É possível, inclusive, simular o impacto arrecadatório para o Estado considerando as variações de consumo.

“O MECI é mais uma ferramenta que representa esse novo momento da Receita, que é de ampliação do diálogo com a sociedade e de entrega de soluções com valor público – ou seja, que tenham utilidade concreta na vida das pessoas e no desempenho do setor produtivo. Temos um valioso arcabouço de informações que devem ser disponibilizadas de forma simples e acessível para a população, para que sirva de instrumento de melhoria da qualidade de vida das pessoas e impulso ao desenvolvimento do Estado”, analisa o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

A nova ferramenta foi financiada com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Programa de Apoio à Gestão dos Fiscos do Brasil (Profisco). O projeto também é resultado de uma cooperação técnica firmada entre a Receita e o BID para realizar pesquisas de avaliação de políticas públicas ligadas ao sistema tributário.

Para utilizar o MECI, o usuário deve realizar um cadastro prévio em um formulário simplificado, informando nome, e-mail, senha, vínculo institucional e área de atuação. O login é feito com o e-mail cadastrado. Os resultados das simulações são enviados diretamente para o endereço informado.

Nota Técnica sobre o funcionamento do MECI.



Fonte: Fecomércio-RS. Foto: Ascom Sefaz/Divulgação.

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