Pnad segue mostrando mercado de trabalho sustentado

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 6,6% no trimestre encerrado em abril de 2025. No mesmo trimestre de 2024, a taxa era de 7,5%. Em relação ao trimestre anterior (encerrado em janeiro de 2025), quando a taxa foi de 6,5%, houve estabilidade.
O contingente de desocupados totalizou 7,3 milhões de indivíduos – o que representou uma variação de 1,0% em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2025 (sem significância estatística) e uma redução de -11,5% em relação ao trimestre encerrado em abril de 2024. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 103,3 milhões de trabalhadores, ocasionando uma variação de 0,3% (sem significância estatística) em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2025 e aumento de 2,4% na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2024.
A taxa de subutilização foi de 15,4%, caiu 2 p.p. na comparação com o trimestre de abril de 2024. A população desalentada reduziu 11,3% na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2024. Atualmente há 3,1 milhões de pessoas desalentadas no país. A taxa de informalidade também reduziu, passando de 38,7% em abril de 2024 para 37,9% no trimestre encerrado em abril de 2025. No trimestre encerrado em janeiro de 2025 ela estava em 38,3%.
A taxa de participação foi de 62,3%, e teve aumento em relação a verificada no mesmo trimestre do ano anterior (62,0%) e leve alta em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2025 (62,2%). Na comparação ao pré-pandemia, considerando o trimestre equivalente, isto é, o encerrado em abril de 2019 (63,6%), a taxa de participação se apresenta significativamente menor. Considerando a taxa de participação de 63,6%, a taxa de desocupação seria de 8,4%, maior do que os 6,6% registrado atualmente.
O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 3.426 no trimestre encerrado em abr/25, crescendo 0,4% ante o trimestre anterior (sem significância estatística) e 3,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com aumento do rendimento médio e do total de ocupados ante o trimestre encerrado em abril de 2024, a massa de rendimento real atingiu R$ 349,4 bilhões e teve aumento de 5,9% (R$ 19,5 bilhões) ante o mesmo trimestre de 2024. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a massa ficou estável (variação 0,8%, sem significância estatística).
Os dados da PNAD Contínua seguem sinalizando um mercado de trabalho sustentado, com avanço da ocupação acima do movimento habitual da passagem do trimestre encerrado em março para o trimestre encerrado em abril. Nota-se que esse avanço da ocupação foi capaz não apenas de absorver todo contingente que entrou no mercado de trabalho (evidente no maior avanço da força de trabalho) mas também de trazer para a ocupação os desocupados – que tiveram recuo também em maior proporção que o habitual na passagem do mês. Os dados do mercado de trabalho têm deixado evidente a dinâmica sustentada da economia, que mesmo sob uma política monetária altamente restritiva, tem tido no impulso fiscal, parafiscal e em medidas de crédito contrapesos que estimulam o consumo (ganho real do salário mínimo, liberação recursos do FGTS antes indisponíveis para modalidade saque-aniversário, nova modalidade de crédito consignado a trabalhadores privados com garantia do FGTS, além de outros programas, como pé-de-meia etc). Para frente, no entanto, os diferenciais de impulso artificial à atividade devem diminuir, e sob juros mantidos bastante elevados e com o crédito encarecido pelo IOF para pessoas jurídicas, o ritmo da atividade deve arrefecer e, consequentemente, também a dinâmica no mercado de trabalho.