PIB do II trimestre de 2025 no RS varia -2,7%


Agropecuária puxa para baixo economia gaúcha no segundo trimestre
No segundo trimestre de 2025, conforme divulgado pela Seplag-RS/DEE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou queda de 2,7% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, destoando da variação do PIB do Brasil (0,4%). Em termos de atividades econômicas, o desempenho foi fortemente impactado pela Agropecuária que recuou 21,4% (ante -0,1% no Brasil). Por outro lado, a Indústria avançou 0,8% (ante 0,5% no Brasil), impulsionada pela Indústria de Transformação (2,1%) e pela Indústria Extrativa (0,5%). O setor de Serviços registrou expansão de 0,3% (ante 0,6% no Brasil), com contribuições positivas de Outros Serviços (1,0%) e Serviços de Informação (0,7%), mas com quedas no Comércio (-0,9%) e em Transportes, Armazenagem e Correio (-0,5%).
Em relação ao mesmo trimestre de 2024, o PIB do Rio Grande do Sul também apresentou retração de 2,7%, enquanto o PIB nacional avançou 2,2%. O resultado foi fortemente influenciado, novamente, pela Agropecuária, que encolheu 23,9% (ante 10,1% no Brasil), em função da expressiva queda na quantidade produzida de soja (-25,2%), mesmo com os avanços na quantidade produzida de arroz (+20,1%) e de milho (+17,3%). Na Indústria, houve crescimento de 4,0% (ante +1,1% no Brasil), resultado puxado pela Indústria de Transformação (+7,6%), seguida pela Indústria Extrativa (+3,3%) e Construção Civil (+1,0%). Esse desempenho, porém, foi parcialmente limitado pela forte queda em Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-16,0%). No setor de Serviços, houve crescimento de 2,4% (ante +2,0% no Brasil), com avanço registrado em todos os segmentos. As maiores contribuições vieram de Transportes, Armazenagem e Correio (+4,8%), Outros Serviços (+3,5%), Comércio (+2,6%) e Atividades Imobiliárias (+2,4%).
Os resultados da economia gaúcha no segundo trimestre de 2025 diferiram do desempenho nacional, sobretudo em função da Agropecuária, fortemente afetada pela quebra da safra de soja no RS decorrente da estiagem, o que resultou em uma retração expressiva do setor. A Indústria e os Serviços, por sua vez, apresentaram trajetórias próximas às nacionais, embora com dinâmicas diferentes em suas aberturas setoriais. Dentro do setor de Serviços, os dados mostram para o comércio gaúcho sinais mais pronunciados de desaceleração que no país, em um processo de acomodação na ponta que, apesar da perda de força, ainda fica acima do patamar segundo trimestre do ano passado - período ápice de efeito das cheias. No restante do setor, o crescimento de Outros Serviços em relação ao 1º trimestre vem em linha com a dinâmica de uma recuperação mais tardia, cujo patamar deve se manter acima do mesmo período de 2024, justamente pela base deprimida de forma prolongada. Já para o Comércio, sobre as bases de 2024, muito impulsionadas pelo contexto e recursos da reconstrução, o crescimento deve perder força. Nota-se que os dados não capturam o impacto das tarifas dos EUA sobre os produtos gaúchos – com a indústria do estado expressivamente mais impactada que a nacional – o que pode ser capturado a partir dos dados do terceiro trimestre. De maneira geral, para o restante do ano, projeta-se um processo gradual de desaceleração da economia gaúcha em um cenário de política monetária altamente restritiva, mesmo com uma dinâmica local ainda movimentada pela reconstrução (sobretudo de infraestrutura).
Fonte: Fecomércio-RS.