November 5, 2025

Mercado de trabalho mantém mínima histórica e massa salarial renova recorde em setembro de 2025

Mercado de trabalho mantém mínima histórica e massa salarial renova recorde em setembro de 2025
Assessoria Econômica/Fecomércio-RS

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025, mantendo-se no menor patamar da série histórica iniciada em maio de 2012, o mesmo registrado nos trimestres encerrados em julho de 2025 e agosto de 2025. No mesmo trimestre de 2024, a taxa era de 6,4%. Em relação ao trimestre anterior (encerrado em jun/25), quando estava em 5,8%, também houve queda.

O contingente de desocupados totalizou 6,0 milhões de pessoas, o menor número da série histórica, com redução de 3,3% frente ao trimestre anterior e de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024. Já a população ocupada foi estimada em 102,4 milhões de trabalhadores, mantendo-se estável na comparação trimestral e com alta de 1,4% frente ao trimestre encerrado em setembro de 2024. O aumento do número de pessoas ocupadas, com destaque para Agricultura e para a Construção, contribuiu para sustentar esse desempenho.

A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 13,9% no trimestre encerrado em setembro de 2025, representando o menor nível da série histórica, com recuo de 0,5 p.p. em relação ao trimestre anterior (14,4%) e de -1,8 p.p. frente a setembro de 2024 (15,7%). O número de pessoas subutilizadas caiu para 15,8 milhões, retração de 4% na margem e de 11,4% em relação ao mesmo período de 2024. Já o contingente de desalentados recuou para 2,6 milhões, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 14,1% em relação ao mesmo período de 2024. A taxa de informalidade foi de 37,8%, permanecendo estável na comparação com o trimestre anterior (37,8%) e inferior à observada em set/24 (38,8%).

A taxa de participação na força de trabalho ficou em 62,2%, permanecendo estável tanto em relação ao trimestre anterior (62,4%) quanto na comparação com set/24 (62,3%). Na comparação ao período pré-pandemia, considerando o trimestre equivalente, isto é, o encerrado em set/19 (63,6%), a taxa de participação se apresenta 1,3 p.p. menor. Considerando a taxa de participação de 63,6%, a taxa de desocupação seria de 7,7%, maior do que os 5,6% registrado atualmente, mas ainda assim baixa para níveis históricos.

O rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimado em R$ 3.507, permanecendo estável frente ao trimestre anterior e registrando crescimento de 4% na comparação anual. Em termos nominais, o rendimento também atingiu novo recorde da série histórica. Já a massa de rendimento real mensal alcançou R$ 354,6 bilhões, renovando a máxima histórica após a leve retração observada no trimestre encerrado em agosto de 2025, com estabilidade na margem e alta de 5,5% frente ao mesmo período de 2024.

Os resultados da PNAD Contínua reforçam que o mercado de trabalho brasileiro segue resiliente, com a desocupação e a subutilização da força de trabalho em mínimas históricas, além de rendimentos e massa salarial em níveis recordes. No entanto, os números apontam para um cenário de acomodação. É o terceiro trimestre consecutivo com a taxa de desocupação estabilizada na margem. O contingente de ocupados e massa real de salários têm crescido cada vez menos. Nos próximos meses, a contratação de trabalhadores temporários nas atividades ligadas ao comércio e aos serviços devem favorecer novos avanços na ocupação, num típico movimento sazonal. No cenário prospectivo, o mercado de trabalho deverá continuar sustentando o consumo das famílias, mas a taxas mais tímidas do que as verificadas no passado recente. Em 2026 é esperado um leve aumento da taxa de desocupação, como reflexo da desaceleração da economia.


Fonte: Fecomércio-RS.

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