May 12, 2025

IPCA varia 0,43% em abril de 2025

IPCA varia 0,43% em abril de 2025

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE registrou uma variação de 0,43% em abr/25, resultado inferior ao observado em mar/25 (0,56%) e superior ao de abril 2024 (0,38%). A inflação acumulada nos últimos 12 meses acelerou para 5,53%, enquanto no ano o índice ficou em 2,48%. Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o IPCA avançou 0,95% em abril, superando a média nacional, e caracterizando-se como o de maior variação entre as áreas pesquisadas. Apesar da alta mensal mais intensa, a inflação acumulada na RMPA ficou em 5,44% nos últimos 12 meses e 3,00% no ano, ambas abaixo dos índices do país.

No IPCA do Brasil, três grupos se destacaram no mês. O maior aumento ocorreu no grupo Saúde e cuidados pessoais (1,18%; 0,16 p.p.) derivado dos aumentos nos preços dos produtos farmacêuticos (2,32%; 0,08 p.p.), e de higiene pessoal (1,09%; 0,04 p.p.). Em seguida destaca o grupo Vestuário (1,02%; 0,05 p.p.) com destaques para roupas femininas (1,45%; 0,02 p.p.), roupas masculinas (1,21%; 0,01 p.p.) e calçados e acessórios (0,6%; 0,01 p.p.). Em Alimentação e Bebidas (0,82%; 0,18 p.p.) destaque para o tomate (14,32%; 0,04 p.p.), a batata-inglesa (18,29%; 0,03 p.p.), o café moído (4,48%; 0,03 p.p) e o lanche (1,38%; 0,03 p.p). O único impacto negativo ocorreu em Transportes (-0,38%; -0,08 p.p.) influenciado pelos itens passagens aéreas (-14,15%; -0,09 p.p.).

Do ponto de vista qualitativo, o índice de difusão aumentou para 66,84% em abril 2025 (ante 64,72% em mar/25), com a o índice de difusão mais alto entre os itens alimentares do que entre os não-alimentares. Em relação à inflação de serviços, houve desaceleração na margem (de 0,62% em mar/25 para 0,20% em abril de 2025) e aceleração no acumulado em 12 meses (de 5,84% em março de 2025 para 5,99% em abril de 2025). Os serviços subjacentes também aceleraram no acumulado em 12 meses, passando de 6,49% em mar/25 para 6,82% em abril de 2025. Quanto à média dos cinco núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central, observou-se praticamente uma estagnação (de 0,51% em mar/25 para 0,50% em abril de 2025), mas com aceleração no acumulado em 12 meses (de 5,01% em março de 2025 para 5,26% em abril de 2025).

O IPCA de abril de 2025 veio dentro do esperado do ponto de vista quantitativo, mas qualitativamente trouxe vários aspectos que mostram que a inflação continua pressionada. Os serviços subjacentes permanecem refletindo um mercado de trabalho apertado que sustenta a demanda agregada em nível robusto; a inflação dos alimentos, apesar da desaceleração continua relevante e disseminada (70,24%) e os bens industriais aceleraram, apresentando alta bastante difundida. Em termos prospectivos, ainda que a desaceleração da atividade econômica mundial traga diminuição do preço das commodities com alívio sobre a trajetória da inflação dos alimentos e de bens industriais, o mercado interno, sustentado pelo mercado de trabalho, deve manter a inflação pressionada. Ainda que a decisão recente do Copom que levou a Selic á 14,75% a.a. aperte ainda mais a contração monetária em curso, os dados mostram um cenário de uma inflação persistente e difundida, que apresenta resistência de reposta ao aperto monetário.  

Fonte: Fecomércio-RS

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