INPC registra variação de 0,48% em abr/25

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha a variação dos preços da cesta de consumo de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários-mínimos, registrou variação de 0,48% em abr/25. Este resultado é inferior ao observado em mar/25 (0,51%) e superior ao de abr/24 (0,37%). Com isso, a variação acumulada dos últimos 12 meses acelerou para 5,32% e no ano ficou em 2,49%.
Entre os nove grupos analisados, Alimentação e Bebidas apresentou o maior impacto no índice geral, com contribuição de 0,19 p.p. e variação de 0,76%, impulsionado principalmente pelos aumentos nos preços da batata-inglesa (18,50%; 0,04 p.p.), do tomate (12,55%; 0,04 p.p.) e do café moído (4,53%; 0,04 p.p.). O grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou a maior variação entre os grupos (1,24%) e o segundo maior impacto (0,14 p.p.), reflexo do reajuste médio de 3,83% nos preços de medicamentos, vigente desde 1º de abril, que resultou em alta nos produtos farmacêuticos (2,25%; 0,07 p.p.). Além disso, neste mesmo grupo também foi observado aumento nos preços de produtos de higiene pessoal (1,08%; 0,06 p.p.). Os demais grupos apresentaram impactos mais modestos, variando entre 0,05 p.p. (Vestuário e Despesas Pessoais) e -0,03 p.p. (Transportes).
O resultado de abril (0,48%) ficou em linha com a nossa projeção (0,49%), confirmando as expectativas e os movimentos previamente antecipados. O grupo Alimentação e Bebidas, principal contribuição do mês, teve impacto de 0,19 p.p., levemente abaixo do estimado (0,21 p.p.). No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, o impacto estimado de 0,14 p.p. foi confirmado pelos dados observados. Para maio, espera-se uma variação significativa no grupo Habitação, impulsionada principalmente pelo subitem energia elétrica residencial, em razão da mudança da bandeira tarifária de verde para amarela desde 1º de maio. Essa alteração deve adicionar cerca de 0,11 p.p. ao índice do mês. Assim, nossa projeção para o INPC de maio é de 0,39%.
A projeção da Fecomércio-RS para a inflação ao final de 2025 medida pelo INPC foi revista para 5,42%, refletindo o impacto de uma desaceleração mais intensa da atividade econômica global. Entre os principais efeitos desta desaceleração, destacam-se a tendência de queda nos preços de combustíveis, como a gasolina — item de peso relevante na composição do INPC — e de redução nos preços das commodities metálicas, com efeitos sobre os custos dos bens industriais. Apesar dessa revisão para baixo, o ambiente segue marcado por elevada incerteza. No cenário externo, a persistência da guerra comercial e seus desdobramentos continuam a gerar volatilidade. No plano doméstico, permanecem dúvidas quanto a trajetória fiscal e à condução da política monetária. Por outro lado, a inflação segue pressionada por um mercado de trabalho resiliente e pelas transferências governamentais, que têm sustentado o consumo e, consequentemente, contribuído para a elevação dos preços no setor de serviços. Ressaltamos que seguimos monitorando os fatores que podem impactar as nossas projeções, com o compromisso de atualizar continuamente nosso cenário à medida que novos indicadores sejam divulgados e pelo acompanhamento de dados de alta frequência.


Fonte: Fecomércio-RS