Fecomércio-RS divulga resultados da PEIC-RS de outubro
Percentual de famílias endividadas e com contas em atraso aumentam na margem em outubro de 2025
A Fecomércio-RS divulgou os resultados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), da CNC, referentes a outubro de 2025. O levantamento mostrou que 84,6% das famílias estavam endividadas, percentual ligeiramente superior ao registrado em setembro (84,1%) e inferior ao de outubro de 2024 (94,2%). Os dados foram coletados em Porto Alegre nos últimos dez dias de outubro. A pesquisa avalia apenas dívidas relacionadas a tomada de crédito, não avaliando a exposição à endividamento relacionado a contas de água, energia ou telefonia.
O levantamento indica que o percentual de famílias com contas em atraso passou de 23,4% em setembro de 2025 para 24,5% em outubro de 2025, permanecendo bem abaixo do observado em outubro de 2024 (38,1%). O tempo médio de atraso aumentou de 27,4 dias em setembro de 2025 para 30,2 dias em outubro de 2025, nível próximo ao registrado em outubro de 2024 (30 dias). Os indicadores de inadimplência apresentaram piora na margem. Ainda assim, houve melhora nos indicadores de média em 12 meses e em 3 meses. É importante observar os próximos meses para ver se o resultado marginal se consolidará como uma tendência ou não. Como o reflexo da taxa de juros na inadimplência apresenta um delay sobre a inadimplência e, aliado a isso, é esperada uma pequena deterioração na taxa de desocupação, a inadimplência deve crescer em 2026. A pesquisa mostra ainda que 1,5% das famílias declararam não ter condições de regularizar nenhuma parte das dívidas em atraso, o menor patamar da série histórica (1,7% em setembro e 3,4% em outubro de 2024).
Entre as famílias endividadas, a parcela da renda comprometida com dívidas foi de 29,3% em outubro de 2025, semelhante a de setembro de 2025 (29,2%) e superior ao registrado em outubro de 2024 (27,7%). Já o tempo médio de comprometimento com dívidas permaneceu em 6,9 meses, estável frente ao mês anterior e no mesmo nível de outubro de 2024.
“Nos próximos meses deveremos ver os efeitos do crédito consignado do trabalhador sobre os indicadores de endividamento. Até o momento, essa política possibilitou mais a troca de dívidas do que dívidas novas. O acesso ao crédito é algo que deve ser facilitado, afinal ele é um elemento importante para fazer a engrenagem da economia a andar. Todavia, é importante que ele seja tomado com muita responsabilidade. O aumento da inadimplência é fortemente associado a aumento nas taxas de juros praticadas e na restrição ao acesso ao crédito, o que acaba impactando negativamente a atividade econômica”, avaliou Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP. Veja os dados completos e a analise econômica.
Fonte: Fecomércio-RS.
