Desocupação avança no trimestre, mas atinge o menor nível histórico para o período encerrado em março

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 7,0% no trimestre encerrado em março de 2025. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em março desde o início da série histórica, em 2012. No mesmo trimestre de 2024, a taxa era de 7,9%. Em relação ao trimestre anterior (encerrado em dezembro de 2024), quando a taxa foi de 6,2%, houve aumento da taxa de desocupação.
O contingente de desocupados totalizou 7,7 milhões de indivíduos – o que representou uma variação de 13,1% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2024 e uma redução de -10,5% em relação ao trimestre encerrado em março de 2024. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 102,4 milhões de trabalhadores, ocasionando uma variação de -1,3% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2024 e aumento de 2,3% na comparação com o trimestre encerrado em março de 2024.
A taxa de subutilização, em 15,9%, caiu 2 p.p. na comparação com o trimestre de março de 2024. A população desalentada reduziu 10,2% na comparação com o trimestre encerrado em março de 2024. Atualmente há 3,2 milhões de pessoas desalentadas no país. A taxa de informalidade também reduziu, passando de 38,9% em março de 2024 para 38,0% no trimestre encerrado em março de 2025. No trimestre encerrado em dezembro de 2024 ela estava em 38,6%.
A taxa de participação foi de 62,2%, e teve aumento em relação a verificada no mesmo trimestre do ano anterior (61,9%) e queda em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2024 (62,6%). Na comparação ao pré-pandemia, considerando o trimestre equivalente, isto é, o encerrado em março de 2019 (63,4%), a taxa de participação se apresenta significativamente menor. Considerando a taxa de participação de 63,4%, a taxa de desocupação seria de 8,7%, maior do que os 7,0% registrado atualmente.
O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 3.410 no trimestre encerrado em março de 2025, crescendo 1,2% ante o trimestre anterior e 4,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com aumento do rendimento médio e do total de ocupados ante o trimestre encerrado em março de 2024, a massa de rendimento real atingiu R$ 345,1 bilhões e teve aumento de 6,6% (R$ 21,2 bilhões) nessa base de comparação. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, com redução no total de ocupados, a massa ficou estável (-0,1%).
Os dados do primeiro trimestre de 2025 vieram dentro do esperado. Embora tenha havido uma alta na taxa de desocupação em relação ao trimestre anterior, esse movimento reflete um padrão sazonal típico do início do ano. Quando comparamos com o mesmo período de anos anteriores — especificamente os trimestres encerrados em março — observa-se que a taxa de desocupação registrada em 2025 é a menor de toda a série histórica. No recorte setorial, destaque para a redução de ocupados na construção civil. Porém também houve retrações nos setores de alojamento, alimentação, serviços domésticos e setor público, o que contribuiu para o resultado observado no trimestre. Esse cenário é compatível com um mercado de trabalho ainda resiliente. Embora haja expectativa de desaceleração ao longo do segundo semestre, espera-se que ela ocorra de maneira gradual. Se por um lado esse movimento tende a sustentar a demanda das famílias, por outro segue gerando pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços.
Fonte: Fecomércio-RS